| Última alteração: 14/06/2023 |
Olá! Sou Wagner RMS, escrevo ficção científica por paixão à Arte de contar histórias, somada ao fascínio pelo Universo extraordinário em que vivemos e todas as possibilidades científicas, filosóficas e artísticas que isso inclui!
Antes de começar, quero que você saiba que este artigo é um experimento. Dessa vez, muito excepcionalmente, minha revisora maior, Bianca Matos, está isenta de qualquer culpa. O experimento aqui foi conduzido, escrito e revisado somente por mim, com o apoio de diversas interações com o ChatGPT-3 da OpenAI e o GPT-4, através do Bing da Microsoft. Não fiz somente pedir um artigo e colar o resultado aqui. Usei expertise sobre a confecção de prompts para orientar/configurar as respostas da Inteligência Artificial, refinando os resultados diversas vezes, e incluindo percepções minhas quando necessárias. Por exemplo, entre outras, a ideia de relacionar Adam Roberts e Yuval Harari foi minha. Por favor, sinta-se à vontade para me corrigir, e ao meu parceiro IA, sobre textos e referências incongruentes, nós dois (ou três, tem o Bing também) queremos melhorar, sempre… ◼
Então vamos lá ver o que você acha do resultado:
Simbiose raiz é assim
“A inspiração existe, mas ela precisa te encontrar trabalhando.” – Pablo Picasso
Na vastidão dos horizontes literários, poucos gêneros são capazes de capturar a imaginação humana e nos transportar para realidades desconhecidas com tanta maestria quanto a ficção científica. É um universo que se desdobra diante de nossos olhos, revelando-se como um portal para mundos imaginários e ideias provocativas. E é exatamente nessa jornada pelo cosmos literário que Adam Roberts nos guia com maestria em seu livro “A Verdadeira História da Ficção Científica: do Preconceito à Conquista das Massas“, uma obra que mergulha nas profundezas desse gênero fascinante.
Publicado em 2018 pela editora Seoman, esse tratado literário é um verdadeiro tesouro para os aficionados da ficção científica e para todos os interessados em explorar os meandros da cultura e da literatura. Roberts nos convida a embarcar em uma viagem que se inicia nas antigas narrativas gregas, permeia as obras pioneiras de Mary Shelley, Jules Verne, H.G. Wells e se estende até as criações visionárias de nomes consagrados como Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Philip K. Dick, Ursula K. Le Guin, William Gibson, Margaret Atwood, entre muitos outros.
Contudo, o livro de Roberts é muito mais do que um simples registro cronológico ou uma catalogação dos clássicos. Ele se estabelece como um farol iluminando as técnicas literárias que permeiam as páginas da ficção científica, desvelando suas camadas mais profundas. Roberts explora as técnicas narrativas, os temas universais, as influências culturais e filosóficas que moldam esse gênero único. É uma análise que transcende a superfície da literatura e mergulha nas águas profundas da condição humana, explorando os avanços científicos e tecnológicos, as transformações históricas e culturais, os anseios e as angústias da humanidade.
Roberts desfia sua prosa unindo erudição e acessibilidade em uma boa simbiose. Sua narrativa cativa, desvenda, provoca e nos leva a refletir sobre o lugar da ficção científica em nossa sociedade.
Pois navegar com técnica é preciso
Neste artigo, vou navegar um pouco nas características das técnicas literárias exploradas por Roberts em seu livro, em paralelo a sua jornada histórica, dando umas escapadelas para fora da ficção científica quando necessário. Analisarei a evolução dessas técnicas nas obras mencionadas, revelando como os autores de ficção científica empregaram narrativas inovadoras, personagens complexos e tramas envolventes para transmitir suas mensagens impactantes.
A ficção científica, por sua própria essência, é um gênero que exige uma imaginação fértil e uma mente aberta para explorar territórios inexplorados. Os autores desse universo constroem mundos ficcionais com regras próprias, com a capacidade de fascinar e desafiar o leitor. Desde as descrições vívidas de H.G. Wells em “A Máquina do Tempo“, passando pela visão distópica de George Orwell em “1984” e chegando à sagacidade visionária de Philip K. Dick em “O Homem do Castelo Alto“, a criação de mundos é uma das técnicas literárias mais fundamentais da ficção científica.
Ao construir um mundo fictício, o autor tem a liberdade de estabelecer regras próprias, criar cenários ricos e desenvolver culturas e sociedades únicas. Segundo Adam Roberts, a criação de mundos envolventes requer consistência interna, onde as regras estabelecidas pelo autor devem ser seguidas de forma lógica e coerente ao longo da narrativa. Já Ursula K. Le Guin, conhecida por sua obra “Os Despossuídos“, enfatiza a importância de equilibrar detalhes sutis com informações relevantes, evitando sobrecarregar o leitor com excesso de descrições. Ao construir um mundo, o escritor precisa se preocupar com elementos como geografia, história, política, religião e até mesmo com aspectos mais sutis, como os costumes e a língua falada pelos personagens. Tais elementos ajudam a criar um ambiente verossímil e cativante, permitindo que os leitores se sintam imersos na história.
Suas criações precisam de limites
No entanto, a criação de mundos não se limita apenas à ficção científica e à fantasia. Mesmo em gêneros mais realistas, a técnica pode ser usada para enriquecer a narrativa e adicionar camadas de complexidade. Segundo Karen Joy Fowler, autora de “We Are All Completely Beside Ourselves“, a criação de mundos pode ser usada para explorar realidades alternativas dentro de nosso próprio mundo, revelando aspectos ocultos da sociedade e oferecendo uma nova perspectiva aos leitores. Dessa forma, a técnica de criação de mundos oferece aos escritores a oportunidade de explorar a imaginação, criar ambientes envolventes e provocar uma conexão emocional com o público leitor.
Paralelamente à criação de mundos, encontramos a técnica da imposição de limites. Os autores estabelecem regras e condições em seus universos ficcionais, criando estruturas que dão coesão e credibilidade às narrativas. Obras como “O Fim da Infância“, de Arthur C. Clarke, e novamente “A Máquina do Tempo”, de H.G. Wells, exemplificam a maestria com que esses limites são estabelecidos, explorando os efeitos opressivos do controle social e as consequências de uma realidade restritiva.
Autores consagrados, como J.R.R. Tolkien em “O Hobbit” e Margaret Atwood em “O Conto da Aia“, são exemplos notáveis dessa abordagem. Tolkien, ao delinear cuidadosamente o universo de Middle-earth, estabeleceu fronteiras geográficas, culturais e temporais que conferem autenticidade e profundidade à sua narrativa fantástica. Da mesma forma, Atwood, em seu romance distópico, criou uma sociedade totalitária e restritiva, onde limites políticos e ideológicos moldam as vidas dos personagens, explorando temas como opressão, identidade e liberdade.
Além disso, o trabalho de John Gardner em “The Art of Fiction” destaca a importância da imposição de limites como um elemento essencial na escrita criativa. Gardner argumenta que estabelecer limites claros, como tempo, espaço e perspectiva narrativa, oferece uma estrutura coesa para a construção da história.
Estranho como isso é legal
Outra técnica literária essencial é a introdução do estranho. Os autores de ficção científica inserem elementos desconhecidos e incomuns em seus universos fictícios, estimulando nossa curiosidade e desafiando nossas concepções da realidade. Philip K. Dick, Ursula K. Le Guin e Isaac Asimov são apenas alguns dos mestres nessa arte de surpreender e questionar, expandindo nossos horizontes com suas criações únicas.
Em “A Mão Esquerda da Escuridão” Ursula K. Le Guin transporta os leitores para o planeta Gethen, habitado por seres humanos que podem mudar de gênero, desafiando as noções convencionais de identidade e sexualidade. Jeff VanderMeer em “Aniquilação“, por sua vez, apresenta uma área misteriosa e contaminada conhecida como Área X, onde a natureza e as criaturas são mutantes e inexplicáveis. Esses exemplos ilustram como a introdução do estranho na ficção especulativa permite a exploração de temas complexos, a desconstrução de conceitos estabelecidos e a criação de um senso de maravilha e descoberta.
Além desses autores, a obra de Italo Calvino, “As Cidades Invisíveis“, também oferece uma perspectiva valiosa sobre a técnica da introdução do estranho. Calvino descreve uma série de cidades imaginárias com características peculiares, desafiando as noções tradicionais de urbanismo e realidade. Cada cidade tem suas peculiaridades, desde uma cidade suspensa no ar até uma cidade que se desdobra como um livro. Através dessa abordagem, Calvino desperta a curiosidade dos leitores, levando-os a questionar as estruturas conhecidas e a explorar novas possibilidades. A introdução do estranho na ficção especulativa permite que os escritores explorem o desconhecido, criem mundos extraordinários e estimulem a imaginação dos leitores, levando-os a questionar as normas estabelecidas e a refletir sobre as nuances da existência humana.
Que personagem, maior figura
Por fim, temos a criação de personagens como um elemento central na ficção científica. Os autores habilmente dão vida a protagonistas e antagonistas, heróis e vilões, humanos e não humanos, que nos conduzem através das complexidades de suas narrativas. O monstro atormentado de Mary Shelley em “Frankenstein”, os robôs inteligentes de Isaac Asimov em “Eu, Robô” e a hacker ousada de William Gibson em “Neuromancer” são apenas alguns exemplos da riqueza dos personagens que povoam o universo da ficção científica.
Grandes escritores, como Chimamanda Ngozi Adichie em “Americanah” e Gabriel García Márquez em “Cem Anos de Solidão“, são mestres na construção de personagens memoráveis. Adichie retrata Ifemelu, uma jovem nigeriana que enfrenta desafios de identidade e raça em sua jornada nos Estados Unidos. Márquez, por sua vez, preenche “Cem Anos de Solidão” com uma ampla gama de personagens, cada um com suas peculiaridades e complexidades, criando um retrato vívido de uma família ao longo de várias gerações. Esses exemplos mostram como a criação de personagens ricos em camadas, com motivações, conflitos e características distintas, é fundamental para envolver os leitores e tornar as histórias mais autênticas e envolventes.
Outra fonte valiosa para entender a técnica da criação de personagens é o livro “The Art of Character” de David Corbett. Corbett explora a importância de criar personagens tridimensionais, com falhas e contradições, que evoluem ao longo da história. Ele oferece insights sobre como desenvolver histórias internas, conflitos emocionais e traumas passados para dar profundidade aos personagens. Ao mergulhar nas motivações e nas complexidades dos personagens, os escritores podem construir conexões emocionais mais fortes entre os personagens e os leitores. A criação de personagens cativantes é uma habilidade essencial para escritores que desejam construir narrativas envolventes e duradouras.
Nos vemos no fantástico, pessoa
Se você quer ser escritora, escritor, de ficção científica e/ou fantástica, precisa beber de todas estas águas, pode crer. O Livro de Roberts é essencial para sua base e a construção de sua obra, mas toda a Melhor Literatura é sua fonte de energia e poderes inimagináveis!
As teorias e reflexões de Adam Roberts em “A Verdadeira História da Ficção Científica” têm relevância não apenas no contexto global, mas também para países emergentes como o Brasil. Em um mundo cada vez mais conectado, a literatura de ficção científica desempenha um papel fundamental na construção de identidades culturais e na expressão de ideias inovadoras.
Yuval Harari, renomado historiador e autor de “Sapiens” e “21 Lições para o Século 21“, destaca a relevância atual da ficção científica na compreensão e preparação para as transformações tecnológicas.
Segundo Harari, que é um entusiasta da ficção científica, esse gênero literário ocupa um lugar de destaque em sua visão do mundo contemporâneo. Ele reconhece que muitas obras de ficção científica podem parecer fantasiosas e extravagantes, mas acredita que elas desempenham um papel fundamental na moldagem da compreensão pública sobre temas como inteligência artificial e biotecnologia. Para Harari, esses avanços tecnológicos têm potencial para transformar significativamente nossas vidas e sociedade nas próximas décadas.
Brasil fantástico pra caramba!
Essas perspectivas convergentes de Roberts e Harari reforçam a importância da ficção científica como um gênero literário relevante e impactante. No Brasil, país rico em diversidade cultural e criatividade, essa forma de literatura pode desempenhar um papel ainda mais significativo. Ao explorar as possibilidades da ficção científica, escritores e leitores brasileiros têm a oportunidade de abordar questões específicas do país, estimulando o diálogo sobre avanços científicos, tecnológicos e sociais em uma realidade única. Assim, a ficção científica brasileira pode inspirar, desafiar convenções e ampliar horizontes, permitindo que as futuras gerações imaginem e construam um futuro promissor.
Autores nacionais consagrados, como Gerson Lodi-Ribeiro, em sua obra “Outros Brasis“, uma coletânea de contos que combina elementos de ficção com a história do Brasil, utilizam a ucronia para reinventar eventos históricos e explorar as possibilidades de um país alternativo, provocando reflexões sobre identidade, política e progresso.
Obras assim abriram espaço para ondas cada vez mais recentes de autoras e autores brasileiros, como este que vos escreve e outros de grande expressão como Tadeu Loppara e seu livro eletrizante “Quãm e os Indícios Mortais“, que leva a brasilidade a um futuro onde praticamente nem se lembram mais de nós, e mesmo assim nossa essência ainda está lá. E a escritora Sílvia Meirelles Käercher, em seu livro “O Farrapo” que viaja no tempo para revisitar o Sul histórico e extraordinário de nosso país. A ascendente autora carioca Laura Freignham, entre seus muitos e excelente livros, há aquele que carrega a moradora de uma comunidade do Rio de Janeiro aos confins do Universo, chamado “Nova Drasskun: O Despertar da Híbrida“. Existem muitos outro exemplos de quanto são imensos nossos horizontes nacionais .
E ponto final, reticências…
Em síntese, “A Verdadeira História da Ficção Científica” é uma obra de valor inestimável para os amantes do gênero e para todos os interessados em explorar as nuances da literatura e da cultura.
No entanto, vale ressaltar que, em alguns momentos, a narrativa pode se tornar densa e sobrecarregada com informações. A abordagem acadêmica de Roberts pode afastar leitores mais casuais, tornando a leitura um tanto desafiadora. Além disso, a análise muitas vezes se concentra em obras e autores específicos, deixando de explorar certos aspectos ou abordar uma visão mais abrangente da ficção científica.
Ainda assim, o senhor Roberts nos apresenta uma análise profunda e envolvente das perspectivas históricas onde floresceram diversas técnicas literárias que moldam a ficção científica, nos convidando a desbravar as fronteiras do possível e a vislumbrar um futuro repleto de maravilhas e desafios, em especial para quem precisa se visualizar no futuro e no extraordinário, como é o caso do nosso país. O livro de Roberts, então, é leitura obrigatória para aqueles que desejam aprofundar seu conhecimento sobre esse gênero tão fascinante e suas múltiplas possibilidades, seja para seguir escrevendo, seja para ler com mais prazer.
Ad Astra Et Ultra Et Excelsior! Até a próxima! 🤗
Sobre o autor: Wagner RMS.