A gente não espera. Nunca espera as mudanças que chegam repentinamente em nossas vidas.
Depois de um 2020 atípico, fora da curva, fora de toda e qualquer expectativa, no ano novo decidi que não faria pedidos e promessas. Não pedi saúde, embora extremamente necessária neste momento, nem dinheiro ou amor. Foi um ano novo diferente, eu estava diferente. E dessa vez, eu não quis pedir. Troquei todos os desejos e a lista interminável de coisas aos quais prometemos e eventualmente cumprimos, pelo sentir. Foi assim a minha ceia de ano novo. Champanhe, comida, família e o sentir. Sentir gratidão por viver, sentir vontade da vontade que dá de todas as coisas boas neste dia, sentir afeto, sentir os ares da mudança que se aproximam tão lentamente e quase imperceptíveis, sentir a esperança que toma conta na contagem regressiva, sentir a grande virada de ciclo.
E não sei se foi isso, mas 2021 chegou chegando e trazendo todas as coisas boas que eu não havia pedido no ano novo. Com um gosto diferente, uma energia diferente e surpresas inesperadas. Troquei as serras e montanhas pelo paraíso das águas cristalinas, troquei o medo pela coragem de ir além, troquei quase tudo, desconfio até que sobrou pouca coisa ou nada de quem eu fui, e de brinde, ganhei o amor. Ah o amor, a gente nunca espera, mas o deseja todos os dias.
Mais sobre a autora: Bárbara Gouvêa.
Lindo me orgulho muito de você.
A gente também tem muito orgulho de ter Mestra Bárbara aqui no nosso time literário, viu, Luzimar! Obrigado por seu comentário.
Um texto curto, mas profundo. Magnífico.
Obrigado, Júlio, sem dúvida uma postura necessária a que o texto defende.