| Última alteração: 18/03/2021 |
Cidade Invisível consegue um feito notável e agrada milhões de assinantes do canal de streaming Netiflix.
Segundo o Ready Steady Cut, um dos sites mais conceituados de entretenimento da web para plataformas de streaming – com mais de 13 milhões de leitores, isso se deve ao tom misterioso da série e ainda rende uma comparação honrosa com o sucesso dos anos 90, Arquivo X. Além disso, apontou a rapidez e dinâmica dos episódios como fatores importantes para prender a atenção dos mais variados públicos. A série com 7 episódios de mais ou menos 40 mim é ideal para se maratonar num dia.
Cidade Invisível, produção brasileira distribuída em 190 países, estreou na Netflix no dia 5 de fevereiro e foi sucesso instantâneo. Nos EUA com nome ‘Invisible City’ chegou ao 1º lugar no top 10 da Netflix, dias após seu lançamento. Aqui desde então não sai mais dos top 10 das mais assistidas.
Mas afinal qual é o segredo para a série ter se tornado um sucesso?
Criada pelo competente brasileiro radicado nos EUA, Carlos Saldanha responsável por inúmeros sucessos de bilheterias e até indicações ao Oscar com animações como ‘Rio’, ‘A Era do Gelo’ e o ‘O Touro Ferdinando’, podemos começar a dizer que a série foi conduzida por quem já sabe o caminho do sucesso, além disso, Cidade Invisível teve um cuidado todo especial em todas suas etapas de produção. Uma direção consistente feita pelos diretores Júlia Pacheco Jordão, Luis Carone e o próprio Carlos Saldanha, com uma fotografia e efeitos especiais bem executados e atuações muito boas, com destaque ao protagonista Marco Pigossi que já estrelou vários sucessos da Globo e protagonizou também a produção australiana ‘Tidelands’.
Outro fator que pesou muito para o sucesso foi a abordagem de temas do nosso folclore, sem a infantilização que ficamos tão arraigados pelo grande sucesso que foi o Sitio do Pica Pau Amarelo de Monteiro Lobato. As lendas tiveram uma abordagem mais adulta e vamos dizer um pouco mais pessoal da produção, o que caiu em cheio no gosto do público que adorou todo o mistério das nossas lendas ambientadas na cidade do Rio, sem o recorrente foco na temática favela e tráfico. De quebra ainda traz uma a discussão de temas importantes e atuais, como a desapropriação de terras e uma necessidade de cuidar dos nossos recursos naturais.
Mas nem tudo são flores e claro que o roteiro poderia ser mais bem trabalhado, que esse ou aquele detalhe poderia ser melhorado, além de uma questão de apropriação cultural, onde as lendas de origem indígena não foram devidamente representadas nem na frente das câmeras e nem por trás delas.
Fabrício Titiah, ativista da tribo Pataxó HãHãHãe, exaltou a qualidade da produção da Netflix, mas isso só teria tornado maior a oportunidade perdida. “É uma grande produção nacional, uma pena que erraram. Faltou estudar mais e ser respeitoso. Eu e outros parentes podemos contar a história que realmente representa as tradições originárias”.
A comunicadora Alice Pataxó também se pósicionou no Twitter: “É uma grande problemática tratar de folclore brasileiro, crenças e culturas indígenas sem protagonismo Indígena”. E exemplificou porque os equívocos são inevitáveis sem a participação nativa na construção de histórias de sua própria cultura. Porque os roteiristas brancos ao fazer “a apresentação dessas divindades, falam de seres e culturas que desconhecem, ou como em outras obras, se baseiam na Wikipedia”.
Mas os equívocos culturais não param aí, como a questão do Saci refletir o garoto negro eternizado pela literatura de Monteiro Lobato e não o mito indígena. O fato é que esse é um problema recorrente nas produções brasileiras e não exclusiva de Cidade Invisível que precisa ser discutido e escancarado para caminharmos para uma representação realista da nossa verdadeira identidade cultural.
Fora esses detalhes Cidade Invisível tem todos seus méritos. Elogiada pelo público e crítica nacional e internacional. Merece ser vista trazendo orgulho e incentivo para novas a produções nacionais.
SINOPSE. Em uma Cidade Invisível, habitada por criaturas míticas evoluídas de uma linhagem profunda do folclore brasileiro, o detetive Eric (Marco Pigossi) da Delegacia Ambiental se encontra preso em uma investigação de assassinato, depois de encontrar um boto morto em uma praia no Rio de Janeiro.
Ficha Técnica: Cidade Invisível – 1ª Temporada (Original Netflix)
Título Original: Cidade Invisível
Duração: 316 minutos
Ano produção: 2020
Estreia: 5 de fevereiro de 2021
Distribuidora: Netflix
Dirigido por: Júlia Pacheco Jordão, Luis Carone, Carlos Saldanha
Orçamento:
Classificação: 16 anos
Gênero: Aventura, Fantasia, Ação
País de Origem: Brasil
Trailler
Sobre o autor: Tadeu Loppara
Uma série extremamente robusta e capaz de prender nossa atenção. Alessandra Negrine dá um brilho especial ao elenco. A temática da série traz nosso rico folclore de forma original e bem trabalho. Achei sensacional!!!
Déa, obrigado por deixar sua opinião, e por valorizar nossa criatividade nacional, a gente aqui da Fraternidade é muito fã da imensa capacidade criativa de autoras e autores nacionais, e nosso foco e divulgar e incentivar cada vez mais e mais obras assim, que empoderem nossa cultura, nossa gente, que transformem o brasileiro em protagonista do pop, do contemporâneo, do incrível, do fantástico e do futuro. Ou seja, sensacional, também, é contar contigo aqui, neste ideal, mais uma vez obrigado!