Quando foi que ficamos populares? E valeu a pena? Antigamente vivíamos num mundo só nosso, uma quinta dimensão entre o abismo dos temores da humanidade e o cume de seus conhecimentos, um lugar um tanto crepuscular, é verdade, mas sem dúvida nosso.
Antes mesmo de existir uma palavra gringa para isso, já comíamos bullying no café da manhã e cuspíamos chocolate Wonka (junto com lágrimas e talvez um pouco de sangue) e no dia letivo seguinte: We’ll be back!
Éramos durões, ô!
A contracultura de verdade, a epítome da rebeldia! O pessoal das motos, roupas de marca e tênis da moda fingiam ser brabos, mas erámos nós que realmente vivíamos fora do sistema (de namoros, de bailes, de turmas legais, de cinemas e lanchonetes, de danceterias e praias), buscando nos CP500 do laboratório de informática do colégio desvendar o Master Control Program por trás deste universo opressor.
Nós podíamos ser desastres totais no quesito paquera, mas em questões tão fundamentais quanto “o que é a Constante de Planck?”, “qual o tamanho do Universo observável?”, ou ainda “como evitar que um whopper dispare a aniquilação nuclear global?”… Éééé, pessoa, precisa dessas repostas? Só com a gente! Somos os 3 dados caindo em 1, 1, 1 nessas áreas!
De repente a elegante Teoria do Big Bang disparava gostosas gargalhadas na TV e para tudo quanto é lado, e bastava curtir um pôr do sol de estrelas binárias num planeta deserto de uma galáxia muito distante para ser um de nós! Pela Força, dá vontade de soltar os xenomorfos em cima de vocês: fora da nossa dimensão, pessoas legais!
Mas, quer saber?
Valeu a pena sim ampliar os horizontes da nerdisse. Numa era onde a treva de movimentos anticiência ameaçam unificar o mundo sob governo da mentalidade idiocrática para sempre, e onde se crê que “agir” e “agir sem pensar” são a mesma coisa, para quê perpetuar divisões e dificultar mais ainda o acesso ao já quase fora de moda gosto pelo saber? Abram todas as frequências, pessoal escancarem as comportas dos hangares, vem! Curta games e/ou física de partículas, nossas entusiasmadas boas-vindas a você aqui, nesta luta contra o obscurantismo que é ser um nerd.
E não esqueça, você é parte de uma longa tradição de meninas e meninos muito corajosos, tenha orgulho disso!
Agora vamos a um joguinho? Me diga nos comentários aqui embaixo quantas e quais referências nerd há no artigo acima, hein?
Sobre os autores: Wagner RMS & Bianca Matos.